quinta-feira, 26 de abril de 2018

Um Ente, dos mais entes soberano

Bocage

Um Ente, dos mais entes soberano,
Que abrange a Terra, os Céus, a Eternidade;
Que difunde anual fertilidade
E aplana as altas serras do oceano;
Um númen só terrível ao tirano,
Não à triste, mortal fragilidade,
Eis o Deus que consola a humanidade,
Eis o Deus da razão, o Deus de Elmano.
Um déspota de enorme fortaleza,
Pronto sempre o rigor para a ternura,
Raio sempre na mão para a fraqueza;
Um criador funesto à criatura,
Eis o Deus que horroriza a Natureza,
O Deus do fanatismo ou da impostura.