domingo, 23 de maio de 2010

A existência de Deus (Bocage)


Os milhões de áureos lustres coruscantes
Que estão da azul abóbada pendendo:
O Sol e a que ilumina o trono horrendo
Dessa que amima os ávidos amantes:

As vastíssimas ondas arrogantes,
Serras de espuma contra os céus erguendo,
A leda fonte humilde o chão lambendo,
Lourejando as searas flutuantes:

O vil mosquito, a próvida formiga,
A rama chocalheira, o tronco mudo,
Tudo que há Deus a confessar me obriga:

E para crer num braço, autor de tudo,
Que recompensa os bons, que os maus castiga,
Não só da fé, mas da razão me ajudo.

Um comentário:

história da biblia disse...

Maravilhoso, este poema friend Joseph, nunca li Bocage, mas qualquer hora darei uma pausa para lê-lo.
A existência de Deus, é coisa sublime, até para quem na razão o conhece.