sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Uma vida solitária

James Allan Francis

Ele nasceu em um vilarejo desconhecido, o filho de uma camponesa. Cresceu em outro vilarejo onde trabalhou em uma carpintaria até completar trinta anos. Então, durante três anos, foi um pregador itinerante. Nunca escreveu um livro. Nunca ocupou uma posição. Nunca teve uma família ou uma casa. Não freqüentou a faculdade. Nunca conheceu uma cidade grande. Não se afastou sequer trezentos quilômetros do lugar onde nasceu. Não fez nada do que normalmente acompanha o poder. Não tinha credenciais, era simplesmente ele.

Tinha apenas 33 anos quando toda a opinião pública se voltou contra ele. Seus amigos fugiram e um deles chegou a negá-lo. Foi entregue a seus inimigos e passou pelo escárnio de um julgamento. Foi crucificado entre dois ladrões.

Quando estava morrendo, seus executores disputavam por suas roupas, suas únicas propriedades neste mundo. Quando morreu, foi sepultado em um túmulo emprestado por um amigo misericordioso. Vinte séculos se passaram, e hoje ele é a figura central da raça humana.

Todos os exércitos que já marcharam, todas as frotas navais que já navegaram, todos os parlamentos que já existiram e todos os reis que já reinaram, colocados juntos, não influenciaram a vida do homem como essa vida solitária.



4 comentários:

história da biblia disse...

Faz algum tempo que não comento meu caro amigo, mas venho parabeniza-lo, pelo belo e curto ensaio dissertativo sobre o "homem" DEUS. aBRAÇOS

história da biblia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
história da biblia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
história da biblia disse...

Meu caro Joseph, vários foram os filósofos e teólogos que se entregaram à solidão de suas vidas terrenas, mas não encontraram muita coisa, além de angústia. O apóstolo São Paulo em sua carta aos Coríntios no capítulo; gostaria que os cristãos vivessem uma vida solitária, dedicada a obra, sem se casar-se, porém não sem amigos e irmãos em Cristo.
Kierkegaard optou também pela solidão, criando assim uma crise existencial, sendo o pai desta. Jean-Jacques Rousseau, também, deixando seus cinco filhos e a mulher, dedicou-se a educação infantil, que ironia!. Nietzsche morreu na solidão e na loucura. Santo Agostinho, São tomás e muitos outros se dedicaram a solidão ou em prol do evangelho; ou em prol da loucura, também, assim, como Renè Descartes em sua busca dualista pela verdade. Dentro destas situações eu vivo em um paradoxo; buscando o meu ortodoxo fatal e existencial dentro da liberdade de Cristo e seus ensinos. Sabendo que não importa ser solitário ou unido a uma esposa e filhos, o que importa é não nos preocuparmos com nada, assim como ele não se preocupou com seus momentos de grande solidão. Porém o Pai nunca o abandonou. Se nos prendermos em que O Espírito de Deus sempre esta por perto, nunca sentiremos solidão. Existem outros versículos sobre abandono ou solidão, mas o meu preferido é este: Isaías 49: 15 " Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti."